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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

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Egoísmo e Compreensão

Não ser egoísta é mais difícil do que parece. O princípio do não-egoísmo é aquele velho ditado que consta na bíblia (dito por Jesus), foi defendido por Tomás de Aquino (jurista e santo) como tese jurídica, está presente em diversas religiões (judaísmo, confucionismo, islamismo, budismo, hinduísmo) e é defendido por vários filósofos. Embora as palavras possam mudar, em suma: 

Não faça ao próximo o que não quer que seja feito a você.

Parece fácil. Mas é comumente mal interpretada. 

Explico: Sou católica. Não admito que ninguém conteste, por exemplo, o meu direito de crer em Deus. Diante disso, como faço o mesmo a outro? Não contestando o seu direito a crer em Deus? Mas e se o outro em questão for ateu? A interpretação correta seria: Não fazer com que o outro professe uma fé que não é a dele. 

Esse tipo de erro é comum, por exemplo, na interpretação do artigo 5º da Constituição Federal (desculpem pela viajada, mas eu juro que tem relação), o art. 5º da CF diz:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)

Essa igualdade dá muita discussão, na verdade a igualdade de que trata o artigo 5º é sobre tratar os desiguais de maneira desigual, na medida de suas desigualdades. Ora, trata-se de um sistema de contrapesos. Se por algum motivo (deficiência física, por exemplo) a pessoa tem uma desigualdade, devem ser feitas leis para facilitar onde há dificuldade para aquela pessoa de modo a fazer com que ela tenha as mesmas chances dos demais (leis de acessibilidade, rampas...), com maior igualdade, um contrapeso que equilibra a balança.

Voltando ao assunto principal, o que eu quero dizer, é que: 

As pessoas são diferentes, logo temos que fazer ao outro que gostaríamos que nos fosse feito se fossemos aquela pessoa naquela situação. 

Se não quero que questionem minha crença, não devo questionar a alheia, se não quero que questionem minha orientação sexual não devo questionar a do próximo, se quero ser respeitado devo respeitar.

Acabamos por vezes sendo egoístas ao chamar o outro de egoísta. Pensamos: "não acredito que ele fez isso comigo, ele é cruel", mas, por vezes, ele fez aquilo por não imaginar que poderíamos não gostar. O outro pode fazer algo por não me entender e eu posso julgá-lo por isso por não entendê-lo.

Talvez a chave para o não-egoísmo seja a compreensão. Se colocar no lugar do outro (na exata situação, com os mesmos sentimentos e vivência) não é fácil, mas é um hábito. Fica mais fácil a cada vez que fazemos. Torne colocar-se no lugar do outro um hábito e passe adiante, converse sobre isso, e ensine seus filhos a agir desta maneira desde a infância, um mundo melhor depende de cada um de nós.

Francini Sonsin Aguiar Cervantes


O texto acima reflete a minha opinião e não a verdade absoluta. Concorda, discorda, os dois? Comenta! Discussões educadas são saudáveis e bem vindas.