Sentei-me na cama de frente à estante onde estão, provisoriamente, meus livros amontoados. Quando ganhei a estante foi um alívio, tirei os livros da caixa e (deitados e apertados) couberam todos, agora o espaço já fica pequeno. Percorri com os olhos as lombadas, afim de escolher o próximo título. Dei com os olhos em um longo compromisso.
Tenho muitos livros que, com vontade de ler, evito por representarem um longo compromisso de leitura. A maioria é grande, mas esse era uma coleção. Resolvi lê-la toda.
A coleção completa tem 12 livros e comecei pelo primeiro, segue:
Contos Sem Data - Machado de Assis
Ficha técnica:
Título: Contos Sem Data
Autor: Machado de Assis
Organização e Prefácio: R. Magalhães Júnior
Editora: Civilização Brasileira S/A.
Exemplar nº: 6755
Ano: 1956
Coleção Machado de Assis: livro 1 de 12
É uma reunião de contos escritos por Machado de Assis, alguns até assinados de forma diferente, como "Incorrigível" e vários outros que ele assina "M. de A." ou "Curiosidade" que assina "M", ou ainda "Duas Juízas" em que assina com o pseudônimo "Próspero". Os contos foram organizados e reunidos por R. Magalhães Júnior, que escreve o prefácio.
Tratam-se de 16 contos:
- O caso da viúva
- João Fernandes
- Duas juízas
- A mulher pálida
- Incorrigível
- O contrato
- Um bilhete
- A viúva Sobral
- História de uma lágrima
- Sales
- A chave
- Curiosidade
- Casa velha
- Um dístico
- O bote do rapé
- As forcas caudinas
Alguns pequenos ("Um bilhete" tem 02 folhas), outros maiores ("Casa Velha" tem 64).
"O bote do rapé" e "As forcas caudinas" são peças de comédia que me diverti interpretando sozinha, morri de vontade de retornar às aulas de teatro.
Não há como fazer uma resenha única sobre todos os contos, e uma de cada tornaria a postagem demasiado longa. O que digo é que vale imensamente a pena a leitura. Há os contos de amores, de amores não correspondidos, em sua maioria com final surpreendente, como sempre se espera de Machado de Assis. Confesso que em alguns dava até raiva, tudo parecia sem remédio, quando passa a dar tudo certo, se encaminhando para o desfecho perfeito e, nas últimas linhas, tudo dá errado, de um modo novo e totalmente inesperado. Meu coração ficou para sair pela boca muitas vezes.
Simplificando, o autor é Machado de Assis. E corresponde ao esperado de Machado. Vale a leitura.
Quanto à edição, é antiga, mas muito bonita e cheia de detalhes. Capa dura toda preta, tem a lombada com detalhes azuis e dourado em alto relevo constando o nome do autor, o título e o número correspondente na coleção. A folha de rosto (assim como a última) é toda desenhada com o rosto de Machado, livros, pena e papel em azul e vermelho.
Ahh! Dica quente: Para quem ainda não conhece, o site http://www.dominiopublico.gov.br/ reúne diversas obras que caíram em domínio público (às quais não recaem direitos autorais) e tem muito Machado de Assis por lá.
Demais Resenhas:
- 2. Contos Esparsos
- 3. Contos Avulsos
- 4. Contos Recolhidos
- 5. Contos Esquecidos
- 6. Poesia e Prosa
- 7. Diálogos e Reflexões de um Relojoeiro
- 8. Ideias e Imagens de Machado de Assis
Demais Resenhas:
- 2. Contos Esparsos
- 3. Contos Avulsos
- 4. Contos Recolhidos
- 5. Contos Esquecidos
- 6. Poesia e Prosa
- 7. Diálogos e Reflexões de um Relojoeiro
- 8. Ideias e Imagens de Machado de Assis
Francini Sonsin Aguiar Cervantes