Título: A cor da ternura
Autora: Geni Guimarães
Ilustradora: Saritah Barboza
Editora: FTD
Edição: 6ª
Ano: 1992
Páginas: 93
Tinha deixado os dois livros que estava lendo no escritório e, por isso, resolvi escolher mais um, fininho, na estante. Escolhi "A cor da ternura" de Geni Guimarães. Logo de entrada surpresa boa: Achei uma carta no meio do livro, uma carta escrita de uma das minhas tias para minha vó, datada de 1993, muitas lembranças.
Quando enfim comecei o livro, me pareceu um livro infantil. Pelo título e pela capa dava para saber que ia falar sobre preconceito racial. Quando comecei a ler, achei que era um daqueles livros que a gente lê para as crianças, para fazer com que elas entendam porque as pessoas tem cores diferentes, como aquela tática de dar uma boneca negra para mostrar que é normal, que é igual, que é bonito. Foi muito mais que isso.
O livro acompanha a história da personagem principal, de criança até quando começa a exercer sua profissão e o mais bacana é que a autora soube conduzir bem a mudança no vocabulário, a narradora é a personagem principal e quando criança conta a história de forma mais simples, mostrando muitos diálogos para o leitor conhecer a personagem criança por ela quando criança. O vocabulário muda de acordo com a história e o crescimento da personagem e a história fica mais adulta no final.
O livro é fininho, tem 93 páginas, e eu chorei muuuuito. É uma historia linda e eu não só recomendo como intimo a ler! É uma história linda, importante, triste, feliz, mexeu comigo de todas as formas, me emocionei demais, já disse, chorei mesmo.
Não quero citar nenhuma parte porque como é uma história complexa em um livro pequeno, qualquer partezinha é spoiler. Mas no fim do livro, a autora e a ilustradora se apresentam e gostaria de compartilhar o último parágrafo da apresentação da autora:
"Acredito que o ato de escrever é o veículo de exteriorização da situação de um povo dentro da sociedade e pode, com isso, motivar mudanças. Baseada nessa crença, fui buscar minha menina das fazendas e escrevi A cor da ternura. Tenho a pretensão de conscientizar e alertar, segundo a visão do poeta maior Drummond: "É preciso viver com os homens, é preciso não assassiná-los, é preciso ter mãos pálidas e anunciar..."."
O livro ganhou o prêmio Jabuti/Autorrevelação/1990 e Menção especial-UBE/RJ/1991. Amei demais!!! Na Saraiva está esgotado, mas tem no Submarino por R$ 32,60 ou procure na sua livraria favorita.
É um livro antigo, como a maioria dos que eu tenho, simples, mas muito bonito. A edição é cheia de delicadeza e as ilustrações são lindas
Fotos:
Francini Sonsin Aguiar Cervantes
Huuum... parabéns! Vc conseguiu atiçar a minha curiosidade. Fiquei bem tentada em ler esse livro. =)
ResponderExcluirEsse negócio de achar coisas dentro de livros é tão lindo. Há muito tempo atrás eu achei, dentro de um livro do meu pai, uma foto de um dos seus quadros de tinta a óleo. Me deu uma saudade imensa. Atrás da foto ele tinha assinado como assinava seus quadros, com aquela letra linda que só ele tinha. Quase morri de chorar. =(
Beijo enorme, Frahn. Bom fim de semana.
Que bom! Leia sim, vale a pena!
Excluir:/ imagino a emoção, que lindo.
;*