Uau! Que livro incrível!
Eu ganhei o "Por sua conta e risco" em um sorteio, conforme contei aqui e, como era sequência, comprei o Sinuca de bico no Submarino. Comprei por ter ganho o 2 mesmo, não compraria em outra situação, primeiro pelo preço não muito convidativo (R$ 39,00), segundo por sua cotação e uma resenha do Skoob não ser a mais positiva. Mas comprei e me surpreendi muito positivamente. Veja o porquê:
Ficha Técnica
Título: Sinuca de Bico
Título Original: Beat the Reaper
Autor: Josh Bazell
Editora: Rocco
Tradução: Ana Carolina Bento Ribeiro
Ano: 2010
ISBN: 978-85-325-2517-8
Número de páginas: 286
Número de páginas: 286
Resenha Oficial
Dr. Peter Brown é o último médico que gostaríamos de encontrar na emergência do hospital católico de Manhattan. Implicante, ranzinza e com um humor negro cruel, seu passado é no mínimo inusitado: Peter é nada menos que Pietro Brwna, um ex-matador da Máfia. Um talento nato para a violência, cuja rapidez no gatilho foi descoberta pela organização quando, ainda adolescente, "fez justiça" contra os assassinos de sua família.
Petter buscou apoio no Programa de Proteção de Testemunhas e denunciou a organização criminosa, encontrando na medicina a redenção. Mas não se tornou propriamente um santo - sua marca registrada ainda é o humor infernal, o deboche e o charme que joga para pacientes, colegas e qualquer rabo de saia que circule nos corredores do hospital. Ultimamente, uma irresistível atração por revendedoras de produtos médicos e o consumo despreocupado de calmantes e estimulantes de todas.
P.s.: Como sempre eu não gostei da resenha oficial rs, sempre acho que não é bem assim a história. Mas ok, vou postá-la desta vez.
Recomendação do "The Washington Post"
Cuidado para não ficar dependente... este livro é o pesadelo do hipocondríaco e o sonho de qualquer leitor. Bazell costurou M.A.S.H e Família Soprano com precisão cirúrgica, e à medida que mantém tudo operando com agilidade, a diversão é tanta que ninguém consegue parar de ler.
Minha opinião:
De início Peter me lembrou Dr. House, depois fui vendo como o personagem principal desta trama não se parece com nada que eu já tenha visto.
O texto faz algo perigoso: vai e volta no tempo sem avisar. Isso pode ser super bacana, ou pode ser um tiro no pé. Mas o autor soube como fazer. A trama é tão clara e bem escrita que mesmo cada capítulo que começa podendo estar em qualquer tempo sem aviso prévio, logo que começa a lê-lo você já sabe onde está.
A linguagem é divertida, leve, descontraída e cheia de palavrões, a história é envolvente e a leitura muito gostosa.
O narrador, que é também o personagem principal é extremamente crítico e sarcástico. Faz o sistema de saúde dos EUA parecer pior que o SUS (e olha que lá nem existe sistema gratuito).
Quando o livro vai chegando ao final, vai ficando cada vez mais eletrizante, de repente eu percebi que estava segurando a respiração, que meu coração estava muito acelerado, quando passei a mão no rosto percebi que minhas bochechas estavam fervendo, isso, claro, quando a narrativa começou a acalmar, antes não tinha percebido nada disso. Neste ponto, tive que fechar o livro e ir até o banheiro, respirar e lavar o rosto.
Quando recomecei a leitura, pela primeira vez comecei a enxergar um possível final, as coisas pareciam mais calmas e... tudo começou a se complicar de novo. Além disso, é muito louco como algo que você sabe desde o início que vai acontecer, surpreende e assusta tanto quando acontece.
"Quando Deus estiver realmente zangado, Ele não mandará anjos vingadores. Ele mandará Magdalena. E então a levará embora."
Em alguns momentos, Pietro parece racional demais, algo que derrubaria emocionalmente qualquer um, não consegue abalar suas estruturas, mas aí você lembra seu passado, tudo o que ele já passou e todo o restante parece pouco para alguém tão vacinando contra a dor.
Pietro é médico (ou Peter o é), sabe várias coisas surpreendentes sobre a capacidade do corpo humano e, depois do seu passado, tem coragem de fazer o que médicos normais nem cogitariam.
Me pergunto repetidas vezes se as informações médicas são reais, são tão detalhadas, parecem reais, mas ao mesmo tempo algumas são tão surreais. Me pergunto se o autor é médico, a orelha confirma, é formado em medicina, pelo menos. Quanto às informações, o autor esclarece na página 283, logo após o fim da trama:
ATENÇÃO
Todas as partes deste livro, com exceção deste parágrafo, dos agradecimentos e da dedicatória, são ficção. Até a epígrafe é fictícia. Não acreditar nisso, especialmente no que diz respeito às informações médicas, seria uma péssima ideia.
A título de curiosidade, a epígrafe diz:
"Se Nietzsche está certo, se envergonhar um homem é matá-lo, então qualquer tentativa sincera de autobiografia será um ato de autodestruição" (CAMUS)
Enfim, classificação 5 estrelas e entrou para os meus favoritos. Amei, além da capa ser linda (o que para mim conta muito, confesso).
A edição é bem bacana, tem pequenos desenhos no lugar dos subtítulos, mas amei mesmo a capa. Ela tem a foto dos olhos do protagonista com máscara de médico, na parte de cima uma cruz vermelha com o título e, ao lado, o nome do autor. É fosca, mas a cruz em vermelho na parte da frente e o nome do autor são brilhantes. Na contra-capa, uma cruz vermelha com a opinião do "The Washington Post" sobre o livro, é toda fosca. Isso sem falar na lombada que vai ficar linda na prateleira.
A título de curiosidade, olha a capa original:
Prefiro a brasileira ;)
Fotos:
Francini Sonsin Aguiar Cervantes
gostei muito mais da capa brasileira!!
ResponderExcluirhehehehe
me atrairia muito mais na livraria!!
fiquei curiosa para ler!!
;D
Ahhh, comprei o Morte súbita pelo Submarino, no suboff hauauahuahuahua
xD
tá para chegar @@
Comprei também pelo mesmo preço hpje na Saraiva ebaaa rsrs
Excluir#ansiedade
;*
Impossível não lembrar do House com essa sinopse, né? Mas fiquei curiosa pq vc disse que não é bem assim. Mulher, cê tá mestre em escrever sobre livros. Eu fico doida aqui!!!
ResponderExcluirXOXO
O que eu achei que não é bem assim:
Excluir"Dr. Peter Brown é o último médico que gostaríamos de encontrar na emergência do hospital católico de Manhattan." (ele é um bom médico, prefiro bom médico com humor negro do que um simpático e incompetente), "encontrando na medicina a redenção." (ele não fez medicina para se redimir) "Ultimamente, uma irresistível atração por revendedoras de produtos médicos" (ele nem se envolveu com ela, só achou bonita e oferecida rs)
Que booom que você gosta Gi, sua opinião conta muito para mim, te admiro demais.
XOXO